Alfredo Gaspar se firma como nome da resistência em Alagoas

Na política alagoana, onde os acordos são muitas vezes selados longe dos holofotes e as alianças mudam de cor conforme o vento, um nome vai ganhando espaço justamente por andar na contramão: Alfredo Gaspar.

Enquanto o prefeito JHC (PL) sela apoio ao grupo liderado por Renan Calheiros e ao projeto de reeleição de Lula, o deputado federal do União Brasil prefere seguir sozinho, sem abraços estratégicos, sem discursos ensaiados. E isso, em um cenário cada vez mais polarizado e dominado por velhas figuras, tem feito dele uma alternativa concreta para 2026 — seja para o Senado, seja até para o Palácio dos Palmares.

Gaspar não é um novato no jogo, mas tampouco um veterano da política tradicional. Veio do Ministério Público, onde construiu uma carreira técnica, até decidir trocar a toga pela tribuna. Enfrentou derrotas — como a eleição para a prefeitura de Maceió em 2020 —, mas não saiu de cena. Pelo contrário, voltou mais forte, foi eleito deputado federal e hoje carrega a bandeira de uma oposição que, em Alagoas, parece ter encolhido.

Do outro lado, nomes tradicionais continuam ditando o ritmo. O senador Renan Calheiros (MDB), a caminho da quinta tentativa de reeleição, ainda é uma força difícil de ignorar. Seu filho, Renan Filho, agora ministro, deve disputar o governo com apoio já costurado de aliados como JHC. E, no meio disso, Arthur Lira (PP), sempre pragmático, assiste ao tabuleiro se montar sem dizer palavra. Fala-se em acordão, mas ninguém confirma. Nem desmente.

Gaspar, por sua vez, vai sendo lembrado nas pesquisas. Não tem o mesmo poder de articulação dos caciques locais, mas tem algo que escasseia no Congresso: coerência. Ganhou visibilidade apresentando projetos, se posicionando claramente, e mantendo uma atuação consistente — algo que especialistas e institutos de avaliação parlamentar já destacaram.

Seu futuro político está em aberto. Pode seguir na Câmara, onde construiu uma base sólida. Mas também pode mirar mais alto. Coragem não falta — já deixou o conforto do MP para assumir a Secretaria de Segurança Pública, já encarou disputas difíceis e seguiu em frente. Agora, falta apenas decidir: vai?

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