Eduardo Bolsonaro rebate Tarcísio após declaração sobre tarifas de Trump: “Subserviência servil às elites”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com críticas duras às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre o impacto das tarifas de 50% impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Para Eduardo, Tarcísio estaria priorizando o debate econômico e ignorando questões que, segundo ele, são fundamentais para o enfrentamento da crise, como a anistia aos presos do 8 de janeiro e o que chama de “regime de exceção” no Brasil.

A crítica veio após a participação de Tarcísio em um evento promovido pela XP Investimentos no sábado (26), onde o governador afirmou que o tarifaço norte-americano pode provocar um impacto significativo na economia paulista. “Temos feito várias simulações, e o efeito pode ser muito severo, de fato, do ponto de vista de economia, PIB, massa salarial e emprego”, disse Tarcísio, calculando uma possível perda de até 2,7% do PIB estadual e a eliminação de até 120 mil empregos.

Incomodado com a ênfase dada por Tarcísio às consequências econômicas, Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais no domingo (27) para rebater a fala. “Prezado governador @tarcisiogdf, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, disparou.

O deputado, que está nos Estados Unidos desde o agravamento das investigações sobre os atos golpistas, também criticou o silêncio de Tarcísio sobre a carta de Donald Trump em apoio à direita brasileira. Segundo Eduardo, a postura do governador enfraquece o campo conservador e evita o verdadeiro debate. “Estão te enganando, jogando para a plateia e prolongando o sofrimento de quem dizem defender”, escreveu.

Enquanto Tarcísio defende uma abordagem pragmática diante do impasse comercial com os EUA — inclusive com críticas sutis à condução do governo Lula —, Eduardo cobra um posicionamento mais firme e ideológico. Para ele, apenas a resolução da “crise institucional” interna e a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro podem criar condições para reverter as sanções americanas.

A troca pública de críticas acirra os ânimos dentro da direita e expõe divisões na base bolsonarista, sobretudo entre aqueles que apostam em uma linha mais moderada, como Tarcísio, e os que mantêm a retórica combativa liderada por Eduardo Bolsonaro.

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