Os investidores estrangeiros começaram a retirar recursos da Bolsa brasileira já na véspera do anúncio da decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre todas as importações brasileiras. Entre os dias 8 e 15 de julho, em apenas seis pregões, a saída líquida de capital estrangeiro somou R$ 4,8 bilhões, revertendo o otimismo que predominava nos últimos meses.
O movimento teve início justamente em 8 de julho, um dia antes do comunicado oficial sobre o aumento das tarifas comerciais, gerando um ambiente de crescente incerteza no mercado financeiro. A B3 acumula seis pregões consecutivos de saídas líquidas de investidores estrangeiros, e, até o momento, o saldo negativo do mês já chega a R$ 3,5 bilhões.
O cenário contrasta fortemente com o mês de maio, quando a bolsa brasileira recebeu um aporte líquido de R$ 10,5 bilhões — o maior desde dezembro de 2019 —, refletindo um período de forte confiança no mercado local.
Especialistas apontam que a antecipação das retiradas já sinalizava a preocupação dos investidores diante do potencial impacto das tarifas de Trump sobre a economia brasileira, especialmente em um contexto marcado por tensões diplomáticas e instabilidade política interna.
Além das pressões externas, a conjuntura doméstica tem apresentado desafios que reforçam a cautela dos estrangeiros, que agora monitoram de perto os desdobramentos das medidas comerciais e suas consequências para a atratividade dos ativos brasileiros.