Governo Lula obriga Alagoas a reduzir mortes violentas e aumentar inquéritos

União injeta R$ 32 milhões, exige resultados e defende maior patrulhamento nas ruas das cidades

Tanto a propaganda oficial quanto as ações do governo do Estado nas ruas, através das polícias, fazem parte de um plano de segurança que inclui investimentos milionários da União para modernizar o combate ao crime e, principalmente, ajustar o entendimento local e nacional para redução das mortes violentas intencionais, enfrentamento ao crime organizado, proteção patrimonial através de ações de prevenção de criminalidade e fomento à Defesa Social.

A adesão contém exigências. Alagoas vai receber exatos R$ 32.659.232,94, sendo R$ 22.861.463,07 para investimentos e R$ 9.797.769,87 para custeio do plano aprovado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O termo de adesão foi assinado no início de junho. Também exige que a cada 31 de março sejam apresentados os resultados. Por isso, tantas operações nas ruas, nas periferias, aumento do policiamento na orla, algumas trocas de comando no interior (portanto mais ações contra o tráfico de drogas). É preciso justificar o uso do dinheiro, atrair as atenções do governo federal e, a longo prazo, turbinar a candidatura do ministro dos Transportes, Renan Filho, ao governo.

Casos simples, na Polícia Militar, ilustram essa política de resultados sob pressão federal. A PM vetou, há duas semanas, a cessão de uma policial alagoana para o governo sergipano. Normalmente estes acordos são comuns, mas neste instante estão sendo barrados, assim como existe determinação do Comando da PM para aumentar a quantidade de militares nas ruas, reduzindo 40% do efetivo empregado nas atividades administrativas nas unidades policiais.

É a portaria 55/2025, publicada em 7 de julho no Boletim Geral Ostensivo (BGO) número 120. E causam movimentação interna. Em 11 de julho, o chefe da 2ª seção, tenente coronel Paulo Eugênio da Silva Freitas encaminhou pedido ao chefe do Estado Maior Geral da PM para que reconsiderasse os efeitos desta portaria na 2ª seção porque lá trabalham cinco praças e sobrariam três. É nesta seção onde funciona a Comissão de Gestão do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Enquanto isso, as metas internas do plano circulam no WhatsApp de alguns policiais: aumentar em 15% as ações de patrulhamento até 2027; 10% o número de inquéritos policiais de Mortes Violentas Intencionais (MVI), também até 2027; aumentar em 10% a capacidade de expedição de laudos periciais concluídos, também até 2027; aumentar em 20% a capacidade de resgate em Alagoas.

Também há movimentos internos de maior humanização. PMs alagoanos estão mantendo contato com os do Amazonas para que se implante, em Alagoas, o Projeto Cinoterapia. De forma voluntária, militares fazem um curso de condução de cão policial, indo a hospitais, abrigos de idosos e orfanatos em processo chamado Terapia Assistida por Animais (TAA), ajudando pacientes internados há bastante tempo.

No dia 17 de julho, a Polícia Científica assinou a aquisição de 150 microcomputadores (valor total R$ 700 mil) para modernizar os trabalhos de investigação. A exigência é aumentar em 10% a capacidade de expedição de laudos periciais.

Neste mesmo dia, o governador Paulo Dantas (MDB) e o secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, anunciaram reforço de R$ 50 milhões na segurança; R$ 1,2 milhão para uma nova base da Oplit (Operação Policial Litorânea Integrada), além da entrega de dois helicópteros Koala, 115 viaturas, pistolas Glock, coletes balísticos, espargidores, pistolas de eletrochoque (teasers) e 96 escudos balísticos.

E também uma nova base de Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), que substitui o Tigre e vai funcionar em Jacarecica; um moderno Centro de Treinamento da Segurança Pública dentro da Academia da PM, no Trapiche da Barra; novo laboratório da Polícia Científica; Delegacia da Criança e do Adolescente.

Impacto também na Polícia Civil. No início de junho, a Assembleia Legislativa aprovou o acúmulo extraordinário de funções policiais e administrativas por delegados. Na Polícia Militar, o governador pretende realizar concurso até o final do ano.

Segundo o governo “desde maio de 2022, o Governo de Alagoas já aplicou mais de R$ 700 milhões em ações voltadas à modernização de equipamentos, construção de novas unidades, fortalecimento da inteligência policial, aquisição de tecnologias de ponta e capacitação profissional. O volume de recursos consolida um compromisso firme com a segurança da população e com a valorização dos servidores públicos”.

Fonte: Extra Alagoas

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