Justiça suspende investigação contra presidente da CBF e aponta falta de provas

A tentativa da Polícia Federal de vincular o presidente da CBF, Samir Xaud, a crimes eleitorais não resistiu à análise da Justiça. Nesta quinta-feira (31), o desembargador Jésus Nascimento, vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), determinou a suspensão da investigação, alegando ausência de elementos concretos que justificassem o prosseguimento do caso.

A operação, deflagrada no dia anterior, previa buscas em endereços nos estados de Roraima e Rio de Janeiro. A investigação teve início após a apreensão de R$ 500 mil às vésperas das eleições de 2024. Ao todo, dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados. No entanto, segundo a própria Confederação Brasileira de Futebol, nada foi apreendido na sede da entidade.

Na decisão, o desembargador apontou falhas na condução do processo. “Não restaram demonstrados elementos concretos de autoria e materialidade delitiva capazes de associar a participação do paciente na prática de crime eleitoral”, escreveu o magistrado, acrescentando que houve “grave constrangimento ilegal” e “desproporcionalidade” na medida adotada contra Xaud.

O advogado Rafael Carneiro, responsável pela defesa do presidente da CBF, avaliou a decisão como um freio necessário contra excessos: “A suspensão da investigação reforça a confiança nas instituições e o princípio basilar de que as investigações devem ser conduzidas com responsabilidade e seriedade, evitando arbitrariedades e açodamentos.”

A CBF divulgou nota oficial sobre o caso:

Nota oficial

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima proferiu decisão suspendendo as investigações em relação ao presidente Samir Xaud.

O vice-presidente do TRE-RR destacou que “não restaram demonstrados elementos concretos de autoria e materialidade delitiva capazes de associar a participação do paciente na prática de crime eleitoral”.

Ressaltou, ainda, “grave constrangimento ilegal na decretação de busca e apreensão” e “desproporcionalidade da medida” contra o presidente da CBF.

“Sei de onde eu vim, sei quem eu sou e mantive a tranquilidade nos últimos dias, apesar da injustiça cometida e da grave exposição negativa da minha imagem. Seguirei trabalhando com foco, fé e honestidade em prol do futebol brasileiro”, declarou Samir Xaud.

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