A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Kibali, que apura suspeitas de peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro em contratos do antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), quando era comandado por Damares Alves (Republicanos), hoje senadora.
Segundo a PF, os contratos, avaliados em R$ 3,8 milhões, tinham como objetivo a formação profissional de mulheres e adolescentes em cursos de informática, design gráfico e capacitação básica. Há indícios, porém, de que os serviços não foram prestados, apesar da transferência de recursos oriundos de emendas parlamentares obrigatórias.
A operação foi autorizada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro e não tem Damares como alvo, já que envolve apenas pessoas sem foro privilegiado. Entre os investigados está um ex-assessor do ex-deputado Professor Joziel (Patriota), responsável por direcionar emendas à entidade contratada. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em residências no Rio.
O nome da operação faz referência à mina de ouro Kibali, em alusão às emendas parlamentares tratadas como “minas de ouro” pelos investigados. A apuração contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou fraudes em dois termos de fomento firmados entre o MMFDH e o Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil (IDSH Brasil), administrado por um assessor de Joziel.
Em nota, Damares afirmou que a investigação foi provocada por ela mesma quando chefiava o ministério, após receber relatórios da CGU com indícios de irregularidades. Disse ainda que o órgão exigiu esclarecimentos e, em outubro de 2022, o IDSH ressarciu R$ 1,1 milhão ao erário. A senadora ressaltou não conhecer os responsáveis pelo IDSH e pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Humano (INADH) e que as demais recomendações da CGU estavam em andamento durante a transição de governo.
Fonte : política alagoana