O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, começou às 9h10 deste domingo, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passando em revista às tropas a bordo do tradicional Rolls Royce. A poucos quilômetros de onde Exército, Marinha e Aeronáutica faziam demonstrações da força militar brasileira, grupos de direita e esquerda fizeram protestos.
Além do público, que lota as arquibancadas, 30 ministros de Estado e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acompanham a cerimônia.
Nenhum dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) compareceu. Ausências de Fernando Haddad, da Fazenda – que está em São Paulo -, e do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União), também foram sentidas.
Sem anistia
Enquanto desfilava ao lado da primeira-dama do Brasil, Janja, um grupo de pessoas na arquibancada começou a gritar “sem anistia” na direção dos dois. Começou no último dia 2 o julgamento da suposta trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Reforço no policiamento e acesso à Esplanada
O esquema de segurança conta com o reforço de policiamento em toda a região central e a atuação de tropas especializadas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
As linhas de revista estão distribuídas pelos acessos à área do desfile, que conta com arquibancadas e palanques com entradas exclusivas para autoridades e público em geral. As revistas pessoais são realizadas nos acessos à Esplanada, na via S1, lateral da Catedral, e nas escadarias dos ministérios. Também poderão ocorrer dentro do público, se necessário.
O acesso à Praça dos Três Poderes está restrito, e os prédios públicos estão protegidos por grades.
Equipes de emergência e combate a incêndios também estão no local, e a 5ª Delegacia de Polícia tem reforço no efetivo para atendimento de ocorrências.
Está proibido o ingresso na Esplanada com objetos que possam comprometer a segurança, como garrafas de vidro, objetos perfurocortantes, mastros de bandeira, sprays, aerossóis, réplicas de armas e fogos de artifício. Além disso, o uso de drones não autorizados estará restrito no espaço aéreo local.
Protestos
Brasília concentra o ponto de maior proximidade entre as manifestações de direita e esquerda simultâneas. Com ambas marcadas para o mesmo horário, a distância aproximada dos atos é de 1,5 km. Na prática, os três eventos acontecem quase lado a lado, no coração da capital.
Pela liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anistia ampla, impeachment do ministro Alexandre de Moares e contra o presidente Lula, parte de simpatizantes da direita foi às ruas no Distrito Federal neste 7 de Setembro, data do 203º aniversário da Independência do Brasil.
A manifestação foi marcada para o estacionamento da Funarte, atrás da Torre de TV. Lideranças da direita local, a exemplo do desembargador Sebastião Coelho, da senadora Damares Alves (Republicanos) e da deputada federal Bia Kicis (PL), convocaram apoiadores. Os atos seguem a linha do movimento Reaja Brasil, organizado pelo pastor Silas Malafaia.
Esquerda
Manifestantes da esquerda se reúnem na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, para participarem do Grito dos Excluídos. O protesto defende a soberania do país e rejeita a anistia aos acusados de envolvimento com a trama golpista.
“O intuito é dar voz às demandas da população e ampliar esse grito. Permitir um espaço de fala às pessoas que são excluídas, às pessoas que são marginalizadas, ampliar vozes, e também para que essas vozes sejam ouvidas e respeitadas”, disse a representante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos (MTD), Clades Maria Lopes, de 53 anos.
Fonte: Metropoles