Equipes envolvidas no resgate e na perícia do avião monomotor que caiu nesse domingo (14), em um canavial na zona rural de Coruripe, relataram detalhes inusitados encontrados no interior da aeronave. A operação foi realizada após colunas de fumaça serem avistadas por patrulhas que circulavam na região.
Entre os itens recolhidos pelos agentes, estavam dois tablets eletrônicos, galões de combustível e diversos alimentos que, segundo avaliação preliminar, não parecem ser de origem brasileira. Um dos pontos que mais chamou a atenção foi a presença de um possível sistema de reabastecimento improvisado, supostamente instalado para permitir o abastecimento da aeronave durante o voo.
Outro dado relevante surgiu a partir do conteúdo acessado em um dos dispositivos encontrados. De acordo com os relatos, havia uma mensagem instruindo o piloto a informar sua localização a cada três horas, o que levanta suspeitas sobre a natureza e o controle da operação.
O piloto, identificado como Timothy J. Clarck, de 46 anos e nacionalidade australiana, morreu no impacto. A aeronave, registrada na Zâmbia, transportava cerca de 200 quilos de cocaína, o que confirma a suspeita de envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
Diante do risco de explosão, já que havia combustível espalhado na cabine, o Corpo de Bombeiros foi acionado e isolou o local para garantir a segurança das equipes envolvidas na perícia e no resgate.
As imagens feitas no interior do avião e os relatos obtidos durante a operação já foram encaminhados à Força Aérea Brasileira (FAB). A investigação das causas do acidente ficará sob responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Em relação à carga ilícita, a Polícia Judiciária será responsável por apurar a origem e o destino da droga encontrada na aeronave. Já a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), quando procurada pela reportagem, não confirmou se os equipamentos eletrônicos foram oficialmente apreendidos ou se há comprovação do sistema de reabastecimento clandestino.
Fonte – Política Alagoana
