O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi direto ao ponto em sua mais recente aparição pública: não vai renunciar ao cargo. Mesmo após 120 dias afastado e vivendo nos Estados Unidos desde o início da licença, o parlamentar garantiu que segue no mandato e não pretende abrir mão dele.
A afirmação veio durante uma live neste domingo (21), justamente quando se encerrava o período de licença oficialmente autorizado pela Câmara dos Deputados. A permanência fora do país, no entanto, levanta questões legais: pelo regimento da Casa, o parlamentar pode ser alvo de processo de cassação se continuar faltando sem justificativa.
Ainda assim, Eduardo parece disposto a estender sua ausência. Há articulações em andamento para garantir mais 90 dias de afastamento, o que adiaria uma possível resposta institucional à sua situação.
Enquanto isso, o nome do deputado segue no centro de uma investigação do Supremo Tribunal Federal. Ele é suspeito de ter atuado junto ao governo dos Estados Unidos para pressionar o STF e tentar barrar investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O inquérito aponta que Eduardo teria buscado sanções contra ministros da Corte, especialmente Alexandre de Moraes.
Em seu discurso, Eduardo não fez concessões. Disse que não recuará, reforçou seu desejo de ver Moraes fora do Supremo e afirmou estar disposto a ir “às últimas consequências”.
Coincidentemente — ou não —, os Estados Unidos anunciaram na última sexta-feira a revogação de vistos do ministro Alexandre de Moraes e de outros integrantes do STF. A medida foi tomada no mesmo dia em que o Supremo autorizou a aplicação de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar noturno contra Jair Bolsonaro, com base em risco de fuga.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, continua fora do país, longe das sessões legislativas, mas deixando claro: segue deputado, e não abrirá mão do cargo voluntariamente.