Suprema Corte dos EUA autoriza governo Trump a detenção com base em sotaque ou idioma

A Suprema Corte dos EUA decidiu que o governo do presidente Donald Trump pode continuar detendo imigrantes com base em características como sotaque ou o uso do idioma espanhol. A decisão atende a um pedido do Departamento de Justiça para suspender temporariamente uma ordem judicial anterior que proibia essa prática.

A decisão original, emitida em 11 de julho por uma juíza distrital de Los Angeles, determinava que agentes só poderiam deter pessoas com “suspeita razoável” de que estariam no país ilegalmente. A juíza concluiu que as ações do governo violavam a Quarta Emenda da Constituição, que protege contra buscas e apreensões injustificadas.

A ação judicial foi movida por um grupo de latinos, incluindo cidadãos americanos, que foram abordados por agentes de imigração. Um dos autores do processo, Jason Gavidia, relatou ter sido agredido após ter sua cidadania questionada. A defesa do governo argumentou que, embora o idioma não seja uma justificativa única para detenções, os agentes têm o direito de considerar esses fatores.

A decisão da Suprema Corte é mais um exemplo da maioria conservadora do tribunal, que tem apoiado o governo Trump em casos de políticas de imigração.

Operação em Fábrica na Geórgia

A decisão da Suprema Corte ocorre dias após uma grande operação de imigração. Na última quinta-feira (4), autoridades prenderam 475 trabalhadores em uma fábrica de baterias da Hyundai no estado da Geórgia. O governo Trump confirmou a operação, alegando que muitos dos detidos não tinham autorização para trabalhar no país.

Segundo o governo, a ação foi baseada em mandados de busca por práticas ilegais de emprego e outros crimes federais. O Departamento de Segurança Interna afirmou que a operação reforça o compromisso de proteger empregos para americanos e garantir a igualdade para empresas que cumprem a lei.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra agentes da Homeland Security Investigations (HSI) abordando os trabalhadores. Durante a operação, várias pessoas tentaram fugir, e algumas precisaram ser resgatadas de um lago de esgoto no local.

A operação, que foi a maior de fiscalização em um único local na história do Departamento de Segurança Interna, foi condenada pelo Partido Democrata da Geórgia. A legenda classificou a ação como “táticas de intimidação politicamente motivadas”, que buscam “aterrorizar pessoas que trabalham duro”. As detenções acabaram por interromper as obras na fábrica, que é um dos maiores investimentos da montadora coreana nos Estados Unidos.

Fonte – Política Alagoana