A leoa Leona, envolvida no ataque que resultou na morte de um jovem que invadiu o recinto de felinos no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, não será sacrificada. A direção afirmou que a possibilidade de eutanásia nunca foi considerada.
Conforme informado pelo Parque da Bica, a leoa passou por um “nível elevado de estresse” durante o episódio ocorrido no domingo (30). Apesar disso, o animal está bem e permanece sob observação constante.
A administração destacou que veterinários, tratadores e técnicos estão empenhados “integralmente” no cuidado com Leona, buscando garantir sua estabilidade emocional e o retorno seguro à rotina.
Após o ataque, o parque foi temporariamente fechado para visitação. A medida, segundo a gestão, é necessária para avaliação das condições do local.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba criou uma comissão técnica para analisar o ambiente e os protocolos do parque. A reabertura ao público ainda não tem previsão.
O parque disse o que?
“A Bica permanecerá fechada para visitação até a conclusão das investigações e dos procedimentos oficiais, prezando pela transparência e pelo compromisso com a segurança de nossos visitantes, colaboradores e animais”, adicionou o espaço, em nota divulgada em sua rede social.
A administração do Parque da Bica e a Prefeitura de João Pessoa afirmaram que o jovem invadiu “deliberadamente” o recinto. O poder municipal detalhou que, “de maneira rápida e surpreendente”, o rapaz escalou uma parede de seis metros e as grades de segurança, subiu em uma das árvores e conseguiu entrar na jaula. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a ação, que terminou com o jovem atacado pelo animal, sem resistir aos ferimentos.
Quem era o jovem que morreu?
O jovem morto foi identificado como Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho, de 19 anos, que apresentava transtornos mentais.
De acordo com a conselheira tutelar Veronica Oliveira, que acompanhava o caso, houve falhas no atendimento e tratamento adequado do jovem.
Ela lamentou que, apesar dos pedidos do Conselho por laudos médicos, o Estado classificava os comportamentos de Gerson apenas como “problemas comportamentais”.
Veronica questionou a lógica dessa avaliação, afirmando que atitudes como entrar na jaula de um leão ou jogar paralelepípedos em carros da polícia não podem ser consideradas apenas comportamentais.
A conselheira também destacou o histórico familiar e institucional de Gerson, informando que ele era filho de mãe e avós esquizofrênicos e havia passado por acolhimentos institucionais na cidade.
Fonte : Política Alagoana

